Denuncia: ocupação irregular de cova e queima de caixão em Goitacazes
Uma idosa de 85 anos, que faleceu na manhã deste sábado (03/08), não pode ser enterrada no Cemitério Público de Goitacases, na Baixada Campista, porque o túmulo que pertencia a família a mais de 15 anos estava em posse de outra pessoa que eles desconhecem. Segundo eles, após terem procurado o coveiro do local para adiantar o processo do enterro, os mesmos foram informados que a sepultura, onde a família alega que pertenceria a idosa, estava sob o poder de outra pessoa e que no local teria sido realizado um sepultamento a cerca de um ano. A outra denúncia da família veio através de fotos enviadas aoSite Ururau. Nelas é possível observar um caixão queimado e possíveis ossos expostos.
Duas netas da idosa contaram que o túmulo foi comprado depois da morte do avô delas e que o último sepultamento teria sido realizado há dez anos e que o túmulo pertencia à família há 15 anos.
“Os filhos vieram aqui atrás do responsável pelo cemitério, mas ele [o coveiro] informou, primeiramente, que não sabia qual era a sepultura. Como se não bastasse, outro familiar descobriu a sepultura, mas o coveiro disse que o túmulo não pertenceria a nossa família, mas sim a outra pessoa que também não sabemos quem é. Esse túmulo pertence a nossa família a mais de 15 anos, o último sepultamento foi do meu avô há dez anos”, informou a neta Marcela Barbosa Rodrigues, 27 anos
Os parentes ainda reclamaram da falta de organização do cemitério. “Aqui é uma bagunça. Os túmulos não tem numeração para comprovar que a sepultura pertence ou não aquela pessoa, o local não tem uma administração correta, não existe espaço entre os túmulos, a gente não pode nem andar direito dentro do cemitério. Sem contar que se chegar uma pessoa e quiser enterrar um ente querido, ela pode fazer, basta alegar que a sepultura é dela, pois os túmulos não tem identificação”, contou a neta.
A concunhada da idosa também informou que tentou ceder o túmulo da família dela, mas que não pode porque o cemitério não sabia a localização do mesmo. “Eu quis ceder o túmulo da minha família para enterrá-la, mas quando eu cheguei ao cemitério para ver isso eles não sabiam onde ficava o túmulo, porque eles não têm numeração, é uma desorganização total”, ressaltou Marcela.
Os familiares informaram que a idosa só pode ser enterrada na manhã desta segunda-feira (05/08) depois que a igreja que ela fazia parte doou um túmulo no cemitério de São Sebastião. “Minha avó só conseguiu ser enterrada depois que o pastor cedeu um túmulo para enterrar minha avó. Isso é um tremendo absurdo e uma falta de respeito, já que ela comprou o espaço para ser enterrada dignamente”, concluíram as netas.
Além do transtorno que a família passou, eles ainda presenciaram uma cena que os chamou muito a atenção dentro do cemitério. “Quando nós estávamos lá dentro vimos um caixão aberto num canto saindo fumaça, como se alguém tivesse colocado fogo, e vimos também ossos perto do caixão, uma situação muito estranha e horrível de presenciar”, contou uma das netas.
O Site Ururau entrou em contato com a Companhia de Desenvolvimento do Município de Campos (Codemca), órgão responsável pelos cemitério de Campos e emitiram uma nota informando que irá apurar os fatos e que irá organizar uma reunião na quarta-feira juntos aos familiares.
NOTAO presidente da Companhia de Desenvolvimento do Município de Campos (Codemca), Celso Gonçalves, informou que vai apurar os fatos e que a família pode procurá-lo na quarta-feira (07), a partir das 9h, na Codemca, no Shopping Estrada. O presidente da entidade afirma que "vai levantar junto à família todos os fatos para evitar que situações como esta se repitam, levando transtornos a quem já está passando por um momento difícil".
Os parentes informaram que caso a família não consiga uma resposta convincente eles pretendem acionar o Ministério Público (MP) e denunciar o ocorrido. Eles também revelaram que o próprio coveiro teria dito que já existe um processo em aberto contra o cemitério, por conta da mesma situação.
O município de Campos possui 23 cemitérios espalhados pela área urbana e rural, e todos são administrados pela Prefeitura, através da Companhia de Desenvolvimento do Município de Campos (Codemca).
OSSOS HUMANOS E PARTES DE CAIXÕES JOGADOS EM TERRENO EM TRAVESSÃO
Moradores do bairro de Arraial, em Travessão denunciaram às autoridades em março de 2012, o despejo de ossos humanos, arcadas dentárias e pedaços de caixões num terreno baldio, próximo do cemitério da localidade, a margem da BR 101. Segundo os moradores das proximidades, o despejo é feito várias vezes no mês, por carroceiros, que retiram o material do cemitério e jogam no local.